Médico se aposenta com quantos anos? Se essa dúvida tem aparecido com frequência entre um plantão e outro, saiba que você não está sozinho.
Com tantas mudanças nas regras da Previdência e diferentes tipos de vínculo possíveis — CLT, autônomo ou servidor público — entender quando e como se aposentar ficou mais complexo do que deveria.
Para esclarecer esse cenário, reunimos as principais regras de aposentadoria para médicos, considerando as exigências de idade, tempo de contribuição e as diferenças entre aposentadoria comum e especial.
Depois de tantos anos dedicados à Medicina, nada mais justo do que entender quando é possível parar, certo? Continue lendo e descubra com quantos anos médico se aposenta!
Como funciona a aposentadoria do médico?
A aposentadoria do médico depende do tipo de contribuição e das condições de trabalho ao longo da carreira. Por exercerem uma profissão com exposição a riscos biológicos, os médicos têm direito à aposentadoria especial, com regras diferentes da aposentadoria comum.
Aposentadoria comum x Aposentadoria especial
A aposentadoria comum é a regra geral para quem contribui ao INSS ou está vinculado ao regime próprio como servidor público. Após a Reforma da Previdência (2019), os critérios ficaram mais rígidos.
INSS (Regime Geral):
- Idade mínima: 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres)
- Tempo mínimo de contribuição: 20 anos (homens) e 15 anos (mulheres)
Também há regras de transição por tempo de contribuição, exigindo pontos ou pedágios para quem estava próximo de se aposentar antes da reforma.
Serviço público (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS):
Servidor público homem | Servidora pública mulher |
65 anos de idade | 62 anos de idade |
25 anos de contribuição | 25 anos de contribuição |
10 anos de serviço público | 10 anos de serviço público |
5 anos no cargo referente à aposentadoria | 5 anos no cargo referente à aposentadoria |
A aposentadoria especial é voltada a quem trabalhou exposto a agentes nocivos — como vírus e bactérias, o que é comum no caso dos médicos. Se a exposição for considerada de baixo risco, os requisitos serão:
- Tempo mínimo: 25 anos de atividade especial
- Idade mínima: 60 anos
Essa modalidade de aposentadoria requer a apresentação de documentos como o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) e o Laudo Técnico (LTCAT), que comprovam a exposição habitual e permanente aos riscos.
Para quem completou os 25 anos antes de 13/11/2019, ainda é possível se aposentar sem idade mínima, com base nas regras do direito adquirido.
Importante: médicos autônomos também podem solicitar aposentadoria especial, desde que comprovem a exposição aos riscos da profissão com documentos técnicos.
Quais são os requisitos da aposentadoria dos médicos?
O médico se aposenta com quantos anos? Isso depende de quando ele completou os 25 anos de atividade especial. Se foi antes da reforma da Previdência, não há exigência de idade mínima.
Nesse caso, bastam os 25 anos de atividade sob condições insalubres para garantir a aposentadoria especial, mesmo que o profissional ainda não tenha feito o pedido.
Agora, se você é médico e completou o tempo de contribuição necessário após a reforma, a situação muda.
Para quem estava perto de se aposentar na data da reforma, a regra de transição exige 86 pontos — soma da idade com o tempo de contribuição.
Já os médicos que começaram a exercer a profissão após a reforma precisam cumprir 25 anos de atividade especial e ter, no mínimo, 60 anos.
Ou seja, a resposta para “médico se aposenta com quantos anos?” varia conforme a data em que ele completou o tempo de atividade especial.

Qual o valor de contribuição previdenciária dos médicos?
O valor da contribuição previdenciária do médico depende do seu vínculo profissional: se ele é servidor público, contribuinte individual (como autônomo ou PJ) ou empregado CLT.
Médico servidor público
No caso do médico servidor público efetivo, o valor da contribuição é calculado com base nas regras do RPPS do ente federativo ao qual ele está vinculado — União, estado ou município.
A alíquota padrão costuma ser de 14%, mas pode variar conforme a faixa salarial. Vale lembrar que a reforma da previdência permitiu que os entes adotassem alíquotas progressivas, semelhantes às do INSS.
Em alguns estados e municípios, médicos com salários mais altos chegam a contribuir com 16,5% ou até 22%. A contribuição incide sobre a totalidade da remuneração bruta, sem limitação ao teto do INSS.
Médico contribuinte individual
O médico que atua como autônomo ou pessoa jurídica (PJ), sem vínculo empregatício, é considerado contribuinte individual do INSS.
Neste caso, ele pode contribuir de duas formas:
- Sobre 20% da remuneração: neste modelo, o médico escolhe quanto vai declarar como base de contribuição — respeitando o mínimo (salário-mínimo) e o máximo (teto do INSS).
Se quiser garantir aposentadoria pelo valor máximo do INSS (R$ 8.157,41 em 2025), terá que contribuir com 20% desse valor, ou seja, R$ 1.631,48 por mês.
- Plano simplificado (11%): disponível apenas para quem não presta serviço a empresas, esse plano tem alíquota reduzida, mas não dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição nem à aposentadoria especial. Por isso, não é o mais indicado para médicos.
Caso o médico tenha CNPJ e preste serviço como pessoa jurídica, é comum que ele recolha a contribuição previdenciária sobre o pró-labore, com alíquota de 11%.
Atenção: neste caso, o planejamento previdenciário deve ser muito bem feito para garantir uma base de contribuição compatível com os benefícios futuros.
Médico empregado CLT
O médico contratado via CLT tem o desconto da contribuição previdenciária feito diretamente na folha de pagamento. O valor segue a tabela progressiva do INSS:
Tabela contribuições INSS 2025 | |||
Salário | Alíquota | Parcela a deduzir | Contribuição final ao INSS |
Até R$ 1.518 | 7,5% | R$ 0,00 | R$ 113,85 |
De R$ 1.518,01 a R$ 2.793,88 | 9% | R$ 22,77 | R$ 113,85 a R$ 228,68 |
De R$ 2.793,88 a R$ 4.190,83 | 12% | R$ 106,59 | R$ 228,68 a R$ 396,31 |
De R$ 4.190,83 a R$ 8.157,41 | 14% | R$ 190,40 | R$ 396,32 a R$ 951,64 |
Agora que sabemos com quanto os médicos contribuem, vamos à questão mais importante deste artigo: médico se aposenta com quantos anos? Para descobrir, acompanhe o próximo tópico!
O médico se aposenta com quantos anos?
A idade com a qual o médico se aposenta depende do tipo de vínculo e da regra de transição. Um médico que contribui pelo INSS, por exemplo, pode se aposentar entre os 62 (mulheres) e 65 anos (homens), se cumprir o tempo mínimo de contribuição.
Já quem está em regime próprio pode ter regras diferentes, com exigências específicas de idade mínima, tempo de serviço público e tempo no cargo. Também há médicos que acumulam os dois regimes.
Exemplo do Paulo
Paulo contribui pelo INSS como autônomo desde os 25 anos. Hoje tem 64 e já completou 35 anos de contribuição. Como ele não se encaixa em nenhuma das regras de transição da reforma, optou por se aposentar com a idade mínima de 65 anos, com valor integral.
Já pensa em reduzir a carga de plantões, mas pretende continuar com atendimentos particulares para manter o vínculo com os pacientes e a renda complementar.
Um médico pode receber mais de uma aposentadoria?
Sim. Um médico se aposenta mais de uma vez se tiver contribuído para regimes diferentes de Previdência Social.
Mas como garantir que todo o tempo de contribuição seja aproveitado da melhor forma?
Para quem atua em diferentes frentes da Medicina, contar com a orientação de um advogado especializado em direito previdenciário pode facilitar o planejamento da aposentadoria e evitar surpresas no futuro.

Conclusão
Médico se aposenta com quantos anos? Essa pergunta não tem uma única resposta — tudo depende do tipo de vínculo, do tempo de exposição a agentes nocivos e de outros fatores bem burocráticos.
Aqui, você aprendeu que, mesmo com as mudanças da Reforma da Previdência, quem completou os requisitos antes da nova regra ainda mantém seus direitos.
Outro ponto importante é o impacto do modelo de contribuição no valor da aposentadoria, principalmente para médicos que atuam como pessoa jurídica ou em mais de um regime.
Diante de tantas variáveis, planejar a aposentadoria com antecedência, e com apoio técnico, é a melhor forma de garantir tranquilidade quando chegar a hora de pendurar o jaleco.