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Aposentadoria especial de enfermeiro em 2024: O que mudou?

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enfermeiro aposentadoria especial

Nos últimos anos, com as mudanças nas políticas de previdência social, a aposentadoria especial de enfermeiro tornou-se uma discussão importante, considerando o impacto a diversos profissionais frequentemente expostos a condições de insalubridade no trabalho.

Diante desse cenário, surge a indagação sobre o que realmente mudou e como essas mudanças afetam a vida desses profissionais que cuidam da nossa saúde. 

Neste artigo vamos esclarecer as principais questões relacionadas à aposentadoria especial, as normas anteriores, as alterações implementadas e os passos necessários para que enfermeiros e técnicos de enfermagem conquistem esse benefício.

O que é a aposentadoria especial dos enfermeiros?

A aposentadoria especial de enfermeiros é um benefício concedido aos profissionais da saúde que trabalham em condições insalubres, ou seja, expostos a agentes prejudiciais à saúde de forma contínua e recorrente. 

Essa modalidade de aposentadoria permite que os enfermeiros se aposentem com menos tempo de contribuição em comparação a outras categorias profissionais, por conta dos riscos ocupacionais associados à sua atividade.

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Os enfermeiros autônomos têm direitos à aposentadoria especial?

Sim, os enfermeiros autônomos também têm direito à aposentadoria especial, desde que comprovada a exposição aos agentes insalubres através de laudos técnicos, como o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) e o Laudo Técnico das Condições e Ambiente de Trabalho (LTCAT).

É importante destacar que os técnicos de enfermagem também se enquadram nessa categoria, pois frequentemente estão expostos aos mesmos riscos que os enfermeiros.

Benefícios da aposentadoria especial para enfermeiros

Atualmente, apesar das novas regras estabelecidas pela reforma da previdência, a aposentadoria especial de enfermeiros oferece algumas vantagens quando comparada com outras modalidades comuns de aposentadoria. Dentre elas podemos destacar:

  • Tempo de contribuição reduzido;
  • Idade mínima abaixo do padrão tradicional;
  • Cálculo ligeiramente favorável do valor do benefício.

Falaremos sobre essas alterações em seguida.

Como era a aposentadoria especial dos enfermeiros antes da reforma da previdência?

Até 1995, antes da reforma, os profissionais só precisavam se enquadrar na categoria para obter a aposentadoria especial. Os dois pontos principais, tempo de contribuição e cálculo dos valores, eram bastante diferentes. Veremos mais detalhes a seguir:

Tempo de contribuição

Antes da reforma, os profissionais da área, incluindo técnicos e auxiliares de enfermagem, podiam se aposentar após cumprir o período de 20 anos de contribuição, independentemente da idade mínima. 

Por exemplo, um enfermeiro que começava a trabalhar aos 20 anos poderia se aposentar aos 45 anos, o que representava uma significativa vantagem comparada às modalidades comuns de aposentadoria.

Cálculo previdenciário

O cálculo previdenciário também era bastante vantajoso para os enfermeiros e técnicos, pois era calculado com base em 100% da média dos 80% maiores salários do profissional, sem a aplicação de redutores como o fator previdenciário.

Quais as novas regras para os enfermeiros, após a reforma da previdência?

A Reforma da Previdência, aprovada em 13 de novembro de 2019, alterou significativamente as regras da Previdência Social, incluindo as da aposentadoria especial de enfermeiro.

Dentre os principais pontos estão a extinção do enquadramento por categoria, exigindo comprovação documental individualizada, idade mínima para solicitação de aposentadoria e novo cálculo do benefício.

Tempo de contribuição após a reforma

Com a nova regra, a aposentadoria especial na enfermagem exige uma idade mínima como critério para concessão do benefício, além do tempo de contribuição, agora é necessário ter, no mínimo, 60 anos de idade e 25 anos de contribuição em atividade especial.

Esses requisitos são os mesmos para homens e mulheres e quem já havia completado 25 anos de contribuição até a data da reforma mantém o direito adquirido e pode se aposentar pelas regras antigas.

Novo cálculo após a reforma

Após a reforma, o cálculo passou para 60% da média de todos os salários do segurado desde 1994, acrescido de 2% para cada ano de contribuição especial acima de 20 anos para homens e 15 anos para mulheres. 

Isso significa que, atualmente, um enfermeiro com 25 anos de contribuição teria o benefício calculado em apenas 70% da média salarial, considerando todas as remunerações, inclusive as mais baixas, o que reduz o valor final do benefício.

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Comprovação de insalubridade, quais documentos são necessários?

A atividade de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem envolve exposição constantemente com agentes patológicos, contudo, é necessária a apresentação de documentos comprobatórios para a concessão da aposentadoria especial. 

Veja a seguir os documentos essenciais para comprovar a exposição a condições insalubres.

Documentos básicos necessários:

  • RG;
  • CPF;
  • Comprovante de residência;
  • Extrato CNIS;
  • PIS/PASEP.

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)

O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), instituído em 2004, é um documento obrigatório que detalha a exposição do trabalhador a agentes nocivos, deve ser elaborado com base no Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) e é fornecido pelas empresas empregadoras. 

Esse documento é importantíssimo para a comprovação da insalubridade e deve ser revisado por um advogado especialista para evitar erros que possam prejudicar a concessão da aposentadoria especial.

Laudo Técnico das Condições e Ambiente de Trabalho (LTCAT)

O Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) é um documento elaborado por um médico ou engenheiro do trabalho, com o objetivo de descrever as condições ambientais do local de trabalho e a exposição do profissional a agentes nocivos. 

 A partir de 2004, o LTCAT passou a ser obrigatório e deve estar atualizado, mesmo que a elaboração ocorra em data posterior ao período trabalhado, considerando as condições da época. 

Como funciona a conversão do tempo especial de contribuição para tempo comum?

 Quando o segurado não possui tempo de contribuição suficiente para conseguir uma aposentadoria especial na enfermagem, ele pode recorrer à conversão do tempo especial de contribuição em tempo comum.

A possibilidade permite que o enfermeiro ganhe alguns anos “fictícios” a mais no seu tempo de serviço, unindo o período especial ao tempo em outros empregos comuns, o que pode facilitar na obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição.

Isso pode ser bastante útil para profissionais da enfermagem que trabalharam em outra área por um longo tempo, onde essa conversão vale 40% de acréscimo para homens e 20% para mulheres. 

Isso significa que cada 10 anos exposto a agentes nocivos poderia ser convertido em 14 anos de trabalho comum para homens e 12 anos para mulheres. 

Só que a reforma também trouxe prejuízos neste ponto e somente o trabalho especial realizado antes de novembro de 2019 pode ser convertido com o acréscimo, considerando que se trata de direito adquirido.

O que fazer caso o INSS não reconheça o tempo especial?

De maneira geral, o INSS tende a ser extremamente rigoroso na concessão dos benefícios de aposentadoria. Muitas vezes o pedido é negado devido à falta de documentos, dificuldades em obter laudos devido ao fechamento de empresas, preenchimento inadequado dos formulários ou até mesmo pela menção ao uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI).

No entanto, o entendimento do judiciário é mais flexível e muitos trabalhadores recorrem a esse meio, segundo a matéria da Folha de S. Paulo, de cada dez trabalhadores que recebem uma aposentadoria especial, oito só conseguiram através da Justiça.

Se o INSS não reconhecer o seu tempo especial, não se desespere, reúna todos os documentos possíveis e procure um advogado especialista em aposentadoria especial, isso pode aumentar significativamente suas chances de obter o benefício.

Me aposentei como enfermeiro, posso continuar trabalhando?

Muitos profissionais se perguntam se podem continuar trabalhando após a aposentadoria especial na enfermagem e até recentemente, essa questão era incerta, apesar de haver uma tendência jurídica negativa.

Em 2020, o Superior Tribunal Federal (STF) resolveu definitivamente essa questão com o julgamento do Tema 709 e decidiu que não é permitido permanecer ou retornar a atividades nocivas após a aposentadoria especial, sob pena de cancelamento do benefício.

No entanto, os aposentados especiais não estão impedidos de trabalhar em outras áreas e se dedicar a atividades sem riscos à saúde como uma segunda renda.

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Conclusão

Conforme entramos em um novo período de ajustes na previdência social, em particular no que tange à aposentadoria especial de enfermeiro, observamos uma série de alterações complexas e uma realidade previdenciária mais rígida.

As modificações no marco regulatório demandam um entendimento apurado das atuais exigências e também uma abordagem estratégica para a efetivação de direitos adquiridos e a efetivação do acesso aos benefícios.

Nesse contexto, uma assessoria de especialistas em direito previdenciário, como a prestada pela equipe da CMP Prev, assume um papel importante para a defesa dos interesses dos trabalhadores da saúde. 

Com a orientação correta, a transição para as novas regras da aposentadoria especial pode ser realizada de forma tranquila e segura, e os profissionais podem usufruir da justa recompensa por anos dedicados em serviço à sociedade.

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