Muitos profissionais da saúde passam décadas lidando com jornadas intensas e exposição constante a riscos biológicos. E quando chega a hora de desacelerar, surgem as dúvidas: a aposentadoria do médico funciona como a de outras profissões?
Médico se aposenta com quantos anos? Médico pode ter 3 aposentadorias? E como fica a aposentadoria especial para médicos autônomos?
Se você está em dúvida sobre qual caminho seguir, é hora de entender como funciona esse processo.
Neste artigo, você vai entender:
- Como funciona a aposentadoria do médico
- Quais são os requisitos atualizados em 2025
- Como é feito o cálculo do benefício
- Se o médico pode continuar trabalhando após se aposentar
Continue conosco e entenda todos os detalhes!
Como funciona a aposentadoria de médico?
A aposentadoria do médico depende do tipo de vínculo que ele tem com a Previdência Social. Existem três possibilidades: empregado, contribuinte individual ou servidor público.
O médico empregado é aquele contratado com carteira assinada por uma clínica ou hospital da iniciativa privada. Nesse caso, o INSS é responsável pela aposentadoria.
O contribuinte individual, por outro lado, atua de forma autônoma. Pode ser dono da própria clínica, empresário ou prestar serviço para diferentes instituições sem vínculo empregatício. Ele mesmo precisa organizar o pagamento da contribuição ao INSS.
Já o médico servidor público tem o vínculo com algum ente da Administração Pública — seja municipal, estadual ou federal. Quem ingressou por concurso é considerado servidor efetivo.
Nesses casos, a aposentadoria pode seguir regras do regime próprio de previdência (RPPS). Já os não efetivos seguem, na maioria das vezes, o regime geral, como os demais contribuintes do INSS.
O médico tem direito à aposentadoria especial?
Sim, o médico tem direito à aposentadoria especial.
A exposição diária a vírus, bactérias, fungos, parasitas, substâncias tóxicas e até radiação coloca a profissão entre as mais arriscadas.
Se há risco constante à saúde, há direito garantido. Isso vale para médicos empregados, autônomos e também servidores públicos.
Quais são os requisitos da aposentadoria do médico?
Confira abaixo os requisitos atualizados para a aposentadoria dos médicos em 2025, conforme as determinações do INSS.
Requisitos da aposentadoria do médico (2025) | ||
Critério | Antes da Reforma (até 13/11/2019) | Após a Reforma (a partir de 13/11/2019) |
Tempo de atividade especial | 25 anos | 25 anos |
Idade mínima | Não exigida | 60 anos (se começou após a reforma) |
Carência (tempo mínimo de contribuição ao INSS) | 180 meses | 180 meses |
Pontuação (idade + tempo de contribuição) | Não exigida | 86 pontos (se começou antes da reforma e completou os 25 anos depois) |
Regras de transição | Não se aplica | 25 anos de atividade especial + 86 pontos |
Direito adquirido | Sim, para quem completou os 25 anos até a data da reforma | Não se aplica |
Cálculo do benefício | 100% da média dos 80% maiores salários (sem fator previdenciário) | 60% da média de todos os salários + 2% por ano que ultrapassar 15 anos (mulheres) ou 20 anos (homens) de contribuição |
Valor do benefício final | Integral (sem aplicação de redutores) | Reduzido em comparação à regra antiga |
Qual o valor da aposentadoria do médico?
O valor da aposentadoria do médico varia conforme o vínculo de trabalho e o tempo de contribuição. Vamos aos cenários mais comuns após a Reforma da Previdência!
Médico empregado
O médico que trabalha com carteira assinada, exposto a agentes nocivos e que tem o tempo de contribuição suficiente como atividade especial, entra na regra da aposentadoria especial.
Se preencheu os requisitos após 13/11/2019, o cálculo segue a nova regra:
A média é feita com todos os salários de contribuição desde julho de 1994, corrigidos. Sobre essa média, aplicam-se 60% + 2% para cada ano que passar de 20 anos de contribuição, no caso dos homens, ou 15 anos, no caso das mulheres.
Exemplo: um médico com média de R$ 6.200,00 e 25 anos de atividade especial teria direito a 70% desse valor, já que ultrapassou em 5 anos o mínimo de 20. O valor da aposentadoria ficaria em R$ 4.340,00.
Já uma médica, com os mesmos 25 anos de contribuição, teria direito a 80% da média, pois ultrapassou em 10 anos o mínimo de 15. Nesse caso, a aposentadoria dela seria de R$ 4.960,00.
Médico contribuinte individual
Para quem atua como autônomo e recolhe por conta própria, o cenário é parecido, mas com um detalhe importante: o médico precisa comprovar a exposição a agentes nocivos com documentos técnicos. Sem isso, o tempo não é considerado especial.
Se conseguir enquadrar o tempo como especial, o cálculo segue o mesmo modelo do médico empregado.
Médico servidor público
A aposentadoria do servidor público muda conforme o regime em que ele está vinculado. Quem está em Regime Próprio tem regras diferentes dos vinculados ao INSS.
Alguns médicos ainda têm direito às regras anteriores à reforma, dependendo da data de ingresso no serviço público.
Porém, para quem entrou depois ou não se encaixa em transições, o cálculo também considera a média de todas as contribuições, com aplicação da alíquota conforme o tempo de contribuição.
Além disso, médicos servidores que recebem acima do teto do INSS estão sujeitos à complementação por meio de previdência complementar, o que também impacta o valor final.

A aposentadoria do médico permite continuar trabalhando?
Sim, mas com algumas condições. Pela regra da aposentadoria especial, não seria permitido continuar na profissão após se aposentar. Na prática, isso não tem funcionado bem.
No Brasil, muitos médicos estão indo à Justiça garantir o direito de receber a aposentadoria especial sem abandonar a profissão. E têm conseguido.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já reconheceu esse direito em diversas decisões, permitindo que médicos continuem trabalhando mesmo depois de aposentados.
Outro ponto importante: quem atua em mais de um cargo pode se aposentar em um deles e seguir trabalhando no outro, desde que não tenha cumprido os 25 anos em ambas as funções.
E tem ainda o abono de permanência. Quem atinge o tempo mínimo de contribuição, mas opta por não se aposentar, pode receber esse valor extra no salário.
Está confuso? Um advogado para aposentadoria ajuda você a entender seus direitos e encontrar o melhor benefício para o seu caso. Ele também auxilia na elaboração de um planejamento para a aposentadoria do médico.

Conclusão
A aposentadoria do médico começa com uma escolha: seguir no automático ou entender, de fato, o que faz diferença no seu benefício.
Seu vínculo muda tudo. O tempo especial precisa estar bem documentado. E cada detalhe, do cálculo ao tipo de aposentadoria, interfere no valor que vai cair na sua conta.
Quer continuar na ativa? Dá para fazer isso, sim. Com as escolhas certas, dá até para se aposentar em um cargo e seguir em outro.A boa notícia: você não precisa descobrir tudo isso sozinho. Com orientação certa, é possível evitar prejuízos e garantir o que é seu por direito. A aposentadoria do médicoo mais difícil porque o benefício é calculado com base em 60% da média salarial, com um acréscimo de 2% para cada ano de atividade especial que exceder 20 anos para homens e 15 anos para mulheres.